Como falar desse intercâmbio?
Essa experiência foi recheada de coisas que eu nunca pensei que aconteceriam na minha vida: sair da minha zona de conforto, viver em uma cidade tão grande e interessante quanto Nova Iorque, estudar em uma escola que não é o Colégio Sagrado Coração de Maria de Ubá, entre mais um milhão de outras situações inimagináveis que ganharam um espaço muito especial no meu coração.
Então como descrever algo que eu nunca imaginei que aconteceria?
Não é fácil, com certeza. Mas um fato é que esse intercâmbio foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para mim.
Antes de viajar eu pensava em como esse período seria diferente de tudo o que eu já experimentei. Eu mal consegui processar que eu estava realizando essa experiência de viajar sem meus pais, para fora do país, e que ficaria fora da minha casa, do meu conforto, até estar no avião com Isabela e Maria Clara, voando do Rio para Nova Iorque. E ao chegar lá eu descobri que era tudo isso mesmo, mas que não viver no mesmo lugar onde eu morei minha vida toda não era tão apavorante quanto me pareceu por tanto tempo.
Eu tinha receio de não me adaptar a uma rotina tão diferente quanto a do Brasil, mas não foi difícil. A escola foi extremamente acolhedora com as intercambistas (éramos 12!), fazendo uma programação que preencheu muitas das nossas tardes e nos deu a oportunidade de conhecer a cidade maravilhosamente. Acredito que boa parte dessa recepção vem da escola ser parte da Rede Sagrado: os valores, missões e carinho fazem parte da jornada da Marymount School of New York tanto quanto da jornada aqui no Brasil, sempre voltando-se para desafiar, investigar e transformar o mundo ao nosso redor, além da preocupação com a formação humana dos alunos, o que moldou esse perfil tão acolhedor da escola de lá. E Nova Iorque, que apesar de ter suas imensas diferenças com Ubá, foi fácil de se acostumar. Com o tempo eu me tornei uma “expert” em andar de metrô e pelas ruas numeradas da cidade (e como eu andei…), além de que ir a diversos pontos turísticos que eu só via em filmes foi algo que, somado a neve e ao frio do inverno de lá, tornou tudo simplesmente mágico.
E a família. Eu fui para o intercâmbio com uma ideia de família que seria de algumas pessoas que me hospedariam por um tempo e era isso. E agora voltei para o Brasil com uma família, em seu mais completo sentido, nos Estados Unidos. Nada da minha experiência teria sido tão inesquecível e especial sem uma mãe, um pai e uma irmã que me acolheram totalmente como parte família e vida deles, que fizeram mais por mim do que eu jamais poderia ter pedido a eles e que me apresentaram a cidade e a muito muito muito mais com todo o amor e carinho do mundo.
À Rede Sagrado, a todos que organizaram esse intercâmbio e à minha família (toda ela! Ubá e Nova Iorque), por essa experiência, obrigada. Para sempre, obrigada.
Clara Fortunato de Carvalho
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