Impressões e mais impressões

Não seguindo a agora constante ação que minhas colegas seguem, estou escrevendo no telefone em vez de sofrer com a falta de acentos no laptop estrangeiro.

Sim, estamos na metade do caminho e sim, a gente se sente péssima por não ter escrito antes. Mas enfim.

Marymount. É. Lindo. 

 
Sem brincadeira. Essas meninas passam o ano inteiro aqui. O charme antigo do lado de fora e a cara de hotel moderno do lado de dentro foi uma agradável surpresa para todas nós. O pôr-do-sol é visível da maior parte do campus e realmente ajuda que estamos voltando das aulas para um lanche do outro lado da escola às 16h, aka hora que o sol se põe aqui.

(Tudo é muito cedo. Escurece no meio da suposta tarde e estamos exaustas lá pelas 21:30h - o que definitivamente não ajuda na nossa reputação como adolescentes.)



Temos várias refeições, o que é meio que um choque para nós, BRs. Temos o café às 7h, um break às 10:15h, o almoço ao 12:45h, outro break no final da aula, às 16h, o jantar às 18h, e, finalmente, o snack às 20:30h. Não acostumada com dobras de aula, sentar para almoçar e perceber que vai ter mais aula depois não é exatamente reconfortante. Mas isso é frescura minha, moving on. As aulas são diferentes, mas, para a maioria, não no mal sentido. Matemática e Ciências em geral é mais difícil, óbvio, por causa de nomes, métodos diferentes e assuntos atrasados ou avançados para nós.

Os professores são ótimos e cada um tem um ponto que eu acho que vale a pena ressaltar: Uma professora parece a Amy Adams. Sério. Parece. Outra é uma das melhores almas australianas que eu já vi. Outro é um francês com um cachecol da Burberry. Outro é do norte da Inglaterra e sente prazer em derreter nossos cérebros com exercícios baseados em frases como 'Qual é o sentido da vida?' ou 'Deus criou o Universo' e etcetera, etcetera e tal. Outro é naturalmente ruivo? Um usa sempre o mesmo casaco. Outro me faz querer desenhar roupas, o que...? Muitas e muitas características que sempre pulam na minha cabeça quando os vejo.

Deveria falar da neve? Faz parte da primeira impressão, né? Sim. Vou falar da neve.

Nunca tinha visto neve antes. Sério. Nunca. Então dá para imaginar a minha reação quando alguém bate na porta do quarto, fala suavemente 'tá nevando' e vai embora. Não precisa falar que corri para fora, e, surpreendentemente, a maior parte das meninas parecia tão animada quanto eu.

As meninas! Tão acolhedoras quanto alguém pode ser. Fazem até hoje perguntas sobre o Brasil, como é lá, como é estudar com meninos, se temos namorados (pergunta mais frequente), como a gente está se adaptando, se gostamos daqui...

Foi meio difícil na primeira semana. Estávamos em êxtase porque meu Deus, Londres; mas também saudades de casa - eu pessoalmente do meu cachorro. Piada interna. Oi, mãe, pai e família.

Londres foi rí-di-cu-la. Como tem gente vivendo aqui e não pirando tipo meu Deus, Londres está além de mim. A tarefa de escrever sobre nossos dias no centro é de alguém do grupo. Então esperem.

 

spoiler alert

Sofia Travassos - RJ.